9.11.10

OS BIKEBOYS ESTÃO SUMINDO DE SÃO PAULO


Hoje recebi uma ligação que me deixou bem preocupado. Era uma pessoa buscando pelos serviços de bikeboy da Pedal Rápido (meu projeto piloto de agência de bikeboys), quando disse que havíamos paralisado as atividades (por motivo de força maior) ela me pediu uma indicação de outra agência, na hora lembrei da Bikexpress, uma das primeiras empresas do ramo aqui em São Paulo, daí veio a surpresa: “Henrique, já liguei lá, a Bikexpress fechou!”.

Poha! Como assim fechou?

Peraí... Porque os bikeboys estão sumindo de São Paulo?

Nos meus tempos de pedaleiro conversei com muitos bikeboys, dos novatos aos mais experientes, e todos apresentavam muita paixão naquilo que faziam, mas por outro lado revelaram enfrentar muitos desafios no dia-a-dia de ciclista mensageiro. Entre eles a falta de respeito com o ciclista, a desvalorização da profissão, a estafa física, a má alimentação devido a falta de tempo, a poluição e os danos à saúde, conseqüência da soma de todos esses fatores.

E as dificuldades não param por aí, do lado do empreendedor, a falta de mão-de-obra especializada, a falta de compromisso com o trabalho e a alta rotatividade da equipe são as que mais afetam o bom andamento de uma agência de bike-couriers.

Na Pedal Rápido, foi oferecido um salário de R$ 600 + comissões (uns R$80 por mês) para pedalar em um raio de 2 km (pouco para um ciclista iniciante) durante 6 horas diárias com 30 minutos de almoço (oferecido pela empresa), e acreditem, nenhum ciclista ficou mais de 4 dias seguidos.

É, a vida nas agências de bikeboys não é moleza, nem para os ciclistas, nem para os proprietários. O que fazer para construir um ciclo virtuoso para essa profissão tão importante para a mobilidade urbana da maior cidade do Brasil?

Sugestões, comentários e opiniões são sempre muito bem vindos.

...

8 comentários:

Anônimo disse...

Agora fiquei triste, pois estou para me mudar para o centro de sp e tinha em mente conseguir um trabalho como este.... nem visava um grande salário......

mas fala sério..., puta trampo perigoso! só louco mesmo!!

só o risco de ser assaltado andando com uma bike de 1000r$ (uma bike razoável) e perder a bicileta...., ser assaltado....

ainda existe a provável possibilidade de morrer atropelado....

Quer ser um empresário "ecológicamente correto"?? Quer pensar no planeta e não pensar no ciclista que quer ganhar a vida honestamente arwriscando a vida no trânsito da cidade??


Você arriscaria sua vida a cada dia por r$800,00 porw mês??

fernandofrb@bol.com.br

Henrique Beckmann disse...

Olá Fernando,

Realmente o trânsito na cidade é bem complicado e o desrespeito aos ciclistas é um fato triste!

Riscos existem sim, como em qualquer outra profissão. O problema não está na existência de riscos, mas sim nas medidas a serem tomadas para minimizar esses riscos.

O uso de capacete, a adoção de rotas com ruas mais calmas, andar na mão correta da via, ajudam a preservar preservar a integridade do ciclista.

Vc já pedalou em São Paulo alguma vez? Perguntou pois, nos tempos de Pedal Rápido, eu mesmo que fazia todas as entregas do centro e da zona sul, e posso dizer com propriedade: se o ciclista tomar os devidos cuidados e tiver consciência de que ele é a peça mais frágil no trânsito maluco da cidade, é possível pedalar minizando os riscos! Para isso é importante ter alguma "experiência" no pedal urbano (que realmente não é o mesmo que pedalar no parque!).

Quanto ao risco de roubo e furto, infelizmente no nosso país fica complicado e o que nos resta a fazer é deixar a magrela em local onde possamos ver e prende-la com um bom cadeado (ou dois), vale até pedir para o segurança do prédio dar uma olhadinha enquanto faz a entrega. Medidas paleativas, mas é o que está na medida do possível.

Acredito realmente que com capacitação e treinamento é possível formar ciclistas mensageiros capazes de executar um trabalho ecologicamente correto, seguro e eficaz.

Sobre os R$800, eu "arrisquei" a minha por mutio menose. Sempre fui cuidadoso, pedalava 50 km todos os dias e não tive maiores problemas com os risco que citou!

Coincidência ou sorte? Talvez!

brecholandiamix disse...

É mesmo uma pena. Em tempos de conscientização ecológica um serviço tão limpo, em todos os sentidos, praticamente extinto. Quem sabe, se as grandes metrópoles oferecessem uma pista exclusiva para ciclistas em vias arborizadas, assim como em Curitiba, houvesse maior interesse pela profissão.

Thais disse...

Olá, o blog A HORA DO PLANETA É A SUA HORA. Veja mais no link >>> http://ahoradoplaneta.blogspot.com/2010/11/selo-premios-dardos.html , ofereceu ao "Conceito Ecológico", o Prêmio Dardos. Um abraço e continue com esse excelente trabalho. Parabéns pela conquista! Thais Inara

Raphael Augusto disse...

Cidade grande é dificil mesmo andar de bike, apesar da iniciativa ser dee ótimo valor!

Mas quer uma dica? quer andar de bike? vem pra Lagoa da Prata/MG. A capital das bicicletas!

Da uma procurada na net. eheh

flw

Carol disse...

cai sem querer no seu blog, e esse assunto me chamou muito a atenção. Estamos implantando uma empresa sustentável em Barueri e corri atrás de um serviço de bikeboy por aqui e não localizei. A empresa mais próxima que eu achei, fica na Vila Leopoldina, em SP. Inviável para as pequenas encomendas do dia a dia.

Mimirabolante disse...

Que coisa incrível????Fiquei abismada!!!Quase incrédula!!!!

Calex disse...

Adorei a idéia... vou tentar implementar na minha cidade. =)

Porem eu preferiria separar a cidade em Zons de atuação, que nem uma colméia de abelha, atuando em um raio de 10 a 20 km... dependendo da aglomeração.

Exemplo de uma situação comum, parte Central das Cidades com alguns bairros "de elite" e comercial agregados. É no mínimo caótico e perigoso, saber andar faz diferença e não tem lugar pra bicicletas, ruas normalmente estreitas e cheias de camelos.

Resumindo gasta-se o mesmo tempo que um motoboy, e perigoso perder a bicicleta, aumentar o custo com o rastreamento da magrela torna-se necessário para evitar futuros roubos.

Sucesso, Calex.

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